O homem ocioso, vivendo para esperança vã, carente de sustento, medita muitas maldades. A esperança não é boa para cuidar de um homem necessitado sentado no abrigo, sem bastante sustento. Mostra aos servos, quando o verão ainda está na metade: "não será verão para sempre; fazei vossas cabanas".
Os trabalhos e os dias 498-503
Um leitor que venha acompanhando as publicações da Editora Segesta poderá surpreender-se com a edição, agora, de Os trabalhos e os dias, de Hesíodo, o grande poeta grego do século VIII ou VII a.C. Afinal, em seu projeto inicial, a Segesta comprometia-se com a edição dos mais destacados pensadores da economia politica que não tivessem, ainda, sido traduzidos para o português. Seu propósito claro era permitir ao leitor brasileiro o acesso às mais contundentes reflexões acerca da organização da produção social, que atingem sua forma mais madura e complexa nos seculos XVIII e XIX. Por que, entao, arrolar agora este texto, Os trabalhos e os dias, que não poucos consideram anterior até mesmo a Homero?
0 leitor que se dispuser a, sem preconceitos, enfrentar a primorosa tradução desta obra magnífica encontrará, ao final da leitura, suas próprias respostas. Verá, descrita com beleza e profundidade, toda a complexidade que cerca a difícil tarefa de organizar a vida humana. Ao final da leitura, entenderá, como dizia Terêncio, que nada do que é humano lhe é estranho.
Fani Goldfarb Figueira
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